A causa e o efeito

Existe uma causa factual para a perda de rendimento que originou a falha contratual por parte do executado. Tal como existe uma causa real para a “crise” que varreu o sector bancário e imobiliário a partir de 2006, e conduziu a banca portuguesa a um “colapso anunciado”, do conhecimento de todos nós.

INTERPRETAÇÃO SIMPLIFICADA DO PROCESSO EXECUTIVO

Excerto do artigo

Antes de tudo, temos que regressar ao pré-processo e observar a situação real, não a simplex.
A causa da inadimplência e suas posteriores consequências não têm qualquer valor processual no processo executivo simplificado. Prova-o o facto de nem sequer ter sido “ouvido” nem ter sido solicitada qualquer tipo de declaração para além do estritamente técnico e burocrático.
No entanto a causa é concreta, real, e não foi uma escolha, sendo que por isso não pode deixar de ser referida. Tornou-se também necessário o aprofundamento da causa, uma vez que perante aquilo que se depreende do desfecho do processo, o cidadão comum transformou-se numa espécie de anátema, já que foi “condenado” a suportar o enriquecimento do banco, o que o coloca numa perda crescente e intemporal de rendimentos.