O duplex tinha sido penhorado pelas Finanças em 2002, devido a uma dívida de baixo valor relativa a acerto de IRS.
Esta questão susteve o processo enquanto não foi levantada a penhora da Fazenda Pública.
…
O Banco e o Estado estavam já em crise e a situação agravar-se-ia rapidamente.
As Finanças não aceitaram o pagamento em prestações da dívida de baixo valor por ser inferior a 10.000 €, porque não se “enquadrava” nas várias opções que foram surgindo para pagamento de dívidas fiscais. Assim tiveram que esperar que recuperasse a actividade e recebesse parte da dívida que se arrastava desde 2002 de uma empresa de formação, tipo Tecnoforma financiada com dinheiro da UE, ligada a uma Universidade de renome.
O Estado caminhava a passos largos para a bancarrota e arrastava consigo o contribuinte sobre o qual, depois, já em plena crise, passou a cobrar tudo o que aparecia à frente, desde dívidas de operadoras de telecomunicações a portagens de empresas privadas.
Tinham que garantir liquidez a todo o custo e as ordens eram para executar e penhorar para vender.
No entanto, embateram um no outro.
As Finanças queriam o duplex, mas o BPI também.
O processo viria a prolongar-se durante mais de dez anos devido ao próprio funcionamento do sistema e à burocracia envolvente, em parte devido ao conflito de interesses entre o exequente e a fazenda pública.