A narrativa aberta [em processo] eu não assaltei o bpi – ensaio sobre a iniquidade, é acerca de um caso verídico em que o banco BPI é o exequente de um processo executivo.
O mesmo, ou algo parecido em termos estruturais, teria provavelmente acontecido com qualquer outro banco, perante a mesma tipologia de processo executivo simplex em causa. O BPI é um dos bancos que mais processos executivos tem imposto em tribunal e é também um líder do mercado imobiliário.
Um estudo aprofundado acerca desta “simplificação da justiça” que o Estado português implementou a partir de 2003 para resolver o problema de UM MILHÃO de processos executivos, revelará que estamos perante uma continuada violação de direitos e regras básicas da cidadania, dos bons costumes e da boa-fé. É provável a grosseira violação do artigo 12º da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
O banco BPI é um banco moderno de ampla actividade. Como qualquer outro banco comercial, de gestão de activos e de investimento e participações financeiras, foi afectado pela crise dos subprime, A Bolha. A Crise financeira imobiliária internacional que se iniciou nos EUA a meio da década de 2000 e alastrou por toda a parte a partir de 2008, após a queda do Lehman Brothers. O banco BPI viria a recorrer ao apoio do Estado, já em 2012.
Por cá diz-se que durante mais de uma década a banca financiou a construção de um milhão de casas a mais. Como na América, em pequena escala. Depois valorizou e financiou a compra das mesmas casas mas sobrou quase meio milhão, que ainda estavam à venda em 2006. Depois a banca deixou de valorizar essas casas por falta de liquidez.
Entretanto, por razões diversas que incluem a corrupção activa, foram condenados banqueiros, accionistas e compinchas, apesar da promiscuidade entre estes e o poder político, que hoje todos os portugueses bem conhecem.
Falta ainda condenar os parasitas, os especialistas e comerciantes sem escrúpulos que subsistem comodamente “à custa da desgraça alheia”, e colocar sobre o seu empreendedorismo o carimbo da iniquidade.
O autor pretende mostrar com a narrativa aberta aquilo que não deveria acontecer num Estado de Direito, onde supostamente a cidadania e a equidade na relação entre o cidadão a as instituições são respeitadas, cumpridas e invioláveis.
Conduzido à inadimplência por motivo adverso, sobre o qual não teve responsabilidade directa, o executado do processo procurou resolver a situação colocando o bem imobiliário em que investira o seu trabalho no mercado para venda, a fim de recuperar o seu investimento e acertar o contrato de crédito habitação com o banco.
É então surpreendido pelos efeitos directos da Bolha:
— A abrupta desvalorização imobiliária causada pela falta de liquidez dos bancos e das suas estratégias de mercado inovadoras.
É uma demonstração do modus operandi da trilogia banco-estado-agente, cujo propósito é garantir o ganho da banca e seus accionistas, em detrimento da equidade e à custa do cidadão comum. O fruto do seu investimento foi deteriorado e desvalorizado como “efeito colateral” da crise gerada pela engenharia financeira dos próprios bancos. Que depois lavaram as mãos da flagrante injustiça e da desgraça “alheia” do cidadão comum, apanhado na ratoeira da crise financeira imobiliária.
É uma doença crónica, aparentemente sem tratamento, que afecta gravemente a sociedade civil portuguesa.
Sítio de suporte à narrativa aberta “eu não assaltei o bpi – ensaio sobre a iniquidade”:
Por Álvaro de Mendonça | Antares Editores
Publicação online da primeira edição prevista para Janeiro de 2019
https://www.antareseditores.pt/product-page/eu-n%C3%A3o-assaltei-o-bpi-ensaio-sobre-a-iniquidade